JULIO WIZIACK
da Folha de S.Paulo
Desde que a Tec Toy virou Tectoy, há oito meses, os negócios ganharam novos rumos. Na última quinta-feira (27), a empresa deu um passo decisivo para reverter os prejuízos e se firmar como a única empresa brasileira de entretenimento digital atuando no exterior. Para isso, a Tectoy vendeu 42,5% da Tectoy of America, sediada nos EUA, para a americana Qualcomm Incorporated, um negócio de US$ 5,4 milhões.
A Tectoy of America foi aberta em meados de 2007, no Vale do Silício, região dos EUA onde ficam as mais importantes empresas de tecnologia, com o objetivo de lançar uma nova plataforma de entretenimento.
Batizado de "Jeanie", esse projeto encontrou na Qualcomm seu principal desenvolvedor tecnológico. Segundo Fernando Fischer, presidente da Tectoy, outras multinacionais foram consultadas, mas não deram crédito à invenção. "A Qualcomm conseguiu enxergar o potencial imediatamente", afirma Fischer.
A companhia americana é especializada em CDMA (Code Division Multiple Access) e outras tecnologias de comunicação sem fio, principalmente para aparelhos celulares.
A Folha apurou que o objetivo é lançar, no final de 2008, um brinquedo digital que conversará com as diversas tecnologias existentes atualmente. "Será um produto inovador", afirma Fischer, que não revelou informações do produto sob pena de pagar uma multa milionária à Qualcomm.
A Folha obteve as informações completas do projeto em um órgão internacional independente. "Estamos criando não só um produto mas uma nova plataforma tecnológica de diversão", diz André Faure, gerente-geral de marketing da Tectoy. "Esse produto será lançado primeiro no Brasil e, depois, na Ásia, Europa, América do Norte e América Latina."
Para sair do vermelho
O projeto "Jeanie" é a principal estratégia para reverter os prejuízos da companhia, a única com capital nacional a competir com gigantes como Sony, Microsoft e Nintendo.
Quando chegou à Tectoy, em maio de 2007, Fischer encontrou uma empresa com receita de cerca de R$ 45 milhões, consolidada em 2006, e prejuízos de R$ 3 milhões.
Segundo ele, o próximo balanço, que será publicado em duas semanas, ainda deverá exibir prejuízos, mas as receitas surpreenderão. "Especialmente as do quarto trimestre."
Com dinheiro em caixa, boa parte dele fruto da abertura de capital, a empresa construirá uma nova fábrica de 3.600 metros quadrados, em Manaus. A unidade será inaugurada entre junho e agosto deste ano e aumentará a capacidade de produção em 287%. "Passaremos de quatro para dez linhas de montagens", afirma Faure.
Nessa nova fábrica, serão produzidos os produtos com maior quantidade de tecnologia embarcada, como os equipamentos da linha "Jeanie".
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